terça-feira, 30 de maio de 2017

LEGADO DOS EMPREENDEDORES E LÍDERES DO PASSADO

Uma reflexão para as lideranças e suas respectivas equipes...
 
Já faz algum tempo, tive a oportunidade de assistir o filme “1492-Conquista do Paraíso”. Não sei o quanto tem de real ou fictício nessa história, porém ela me levou considerar a probabilidade de que na busca de “novos mundos”, os grandes navegantes do Séc. XV tiveram que carregar em “sua bagagem pessoal” algo além de suprimentos e recursos materiais. Creio que para estes profissionais havia a existência de um sentido maior em realizar esta missão, que fosse o suficiente para lançá-los nesta tarefa da busca de algo desconhecido, colocando a própria existência em risco. Talvez, a promessa de novos mercados, a possibilidade de enriquecimento, o reconhecimento e conquistas de posições fossem o bastante para mante-los motivados em trilhar este complexo desafio. 

Para este fim, saíram para as grandes viagens, deixando famílias e a segurança de uma realidade conhecida, em prol da construção de UM PROJETO MAIOR.  Estabelecendo uma analogia entre o panorama daquela época e a nossa realidade atual, questiono sobre o que estes empreendedores do passado poderiam ensinar aos da atualidade? Para esta finalidade, trago alguns aspectos para serem fontes de reflexão.  


Sem sentido, não há consciência... Sem consciência, não há a clareza da meta”. (clareza da missão) 

Penso que para se atingir a META atribuída por uma empresa, ela deva fazer e ter sentido para todos os membros envolvidos no processo de conquista. Contudo só isto não basta, pois a consciência dos colaboradores não deve estar limitada à percepção de que atingir o objetivo será bom para eles, mas principalmente, que o êxito de tal processo depende de um real compromisso em enfrentar desafios, perseverar ao confrontar-se com barreiras, lidar com as diferenças e em algumas situações sacrificar antigos padrões de comportamento em prol do FOCO COMUM a todos.  Caso contrário, não haverá envolvimento e ao enfrentar “as primeiras tempestades” e os primeiros obstáculos, o grupo se fragmentará e “afundará”.  

Ao se carregar na bagagem tão importante ferramenta (O SENTIDO), algumas outras complementares podem auxiliá-lo”.  “Tenhas um norte e saiba como chegar até ele e quanto mais conhecimento houver dos mares e terras por andares, melhor saberás como caminhar e agir, tendo em vista a incumbência de dominar os territórios ainda a serem conquistados.”  
É certo que para os navegantes do século XV, algumas ferramentas eram indispensáveis para realizar o processo. Não há como entrar em “mares desconhecidos” sem uma bússola e uma referência para onde se quer ir, caso contrário não se chegará a lugar algum. Contudo, à medida que as novas terras eram desbravadas, novos mapas, novas estratégias e planejamentos eram realizados, tais iniciativas acabaram por trazer importantes legados para nossa civilização. Além da abertura para os novos continentes e formas de relacionamentos (comerciais e culturais), este trabalho auxiliou na reformulação e ampliação de muitos conceitos científicos que foram de imensa contribuição para a humanidade.  


Portanto, a meta com sentido é importante, porém o planejamento para chegar até ela é imprescindível. Contudo, para realizar este procedimento, é fundamental conhecer a estrutura e os processos dinâmicos que nela estão envolvidos. Por serem dinâmicos podem sofrer mudanças, em que exige a necessidade constante de revisões e reavaliações de planejamento. A manutenção satisfatória desta tarefa remete a participação e integração de todos que nele estão envolvidos, e mesmo que tal formação surja da comunhão de naturezas diferentes (visão de cada membro/departamento), é ideal que ela funcione como se fosse um único organismo. 
 
Para conquistar novos territórios, deve-se estar aberto para o novo e aprender a aceitar as diferenças, e talvez através da troca realizada deste encontro, uma nova e rica realidade possa surgir”.  

Ao desembarcar em novas terras, estes pioneiros encontraram pessoas que ali já estavam e que tinham um modo muito diferente de agir, pensar e se expressar. Assim sendo, não havia outro meio, os recém-chegados teriam que encontrar a forma de interação que fosse compreensível para todos. Desta forma, a disponibilidade e esforço em estabelecer a comunicação eram primordiais.  Tal iniciativa abriu espaço para emergência de novas culturas que nasceram da miscigenação, originando provavelmente, a riqueza e a diversidade do “Novo Mundo”. E apesar da violência gerada pela ganância, desejo de exploração e falta de princípios éticos por parte de camadas mais “influentes” da elite da época, tal abuso não foi suficiente para quebrar o legado que estes empreendedores e líderes deixaram para a humanidade. 


Estar aberto para interagir com o novo e diferente não é tarefa simples, porém quando isto ocorre, a possibilidade de crescimento e desenvolvimento é maior”.  

No cotidiano empresarial encontramos pessoas que chegam a nos incomodar por sua maneira diferente de ser, porém permitir-se a perceber e compreender esta nova linguagem pode nos auxiliar a ampliar a nossa percepção e desenvolver os nossos horizontes profissionais. 

Caro líder, quisemos com este texto, convidá-lo a navegar um pouco em sua trajetória, para que novas terras pudessem ser descobertas e alcançadas. Não é uma tarefa fácil, mas poderá ser uma caminhada empolgante e compensadora, se estiver disponível.  

Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Psicóloga e Membro da equipe do NDH

Referências:


Filme: 1492 - Conquest of Paradise Theme • Vangelis, publicado através do Canal Youtube  em 9 de set de 2013 por HD Filme tributes, em  https://youtu.be/94dY-QxjDiE

Texto: 1492 - Conquest of Paradise, Publicado pelo Portal Dia a dia da Educação, Secretaria da Educação do Paraná em http://www.cinema.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=868

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Comunicação Corporativa

           A comunicação é um grande desafio para todos nós, especialmente no ambiente corporativo, em que temos que nos comunicar de maneira formal, objetiva e eficaz para o bem andamento do processo produtivo. Trocar informações de forma precisa, dar instruções de maneira clara, transmitir ideias e ouvir as dos outros de maneira respeitosa contribui para a criação de relações de confiança e clima organizacional mais sadio.
          Os estragos da má comunicação são bem conhecidos, como: desgaste nas relações, perda de tempo com retrabalho, mal  entendidos, perda de motivação e estresse.
          Não basta ter uma equipe de grandes talentos, se ela não estiver bem informada e integrada. Caso seus membros não estejam disponíveis para se comunicarem adequadamente, o potencial e resultados  da equipe poderão ser prejudicados.
          Nem sempre a fala da pessoa consegue ser ouvida e tampouco compreendida. Apenas proferir palavras sem que exista uma interação entre comunicador-ouvinte é perda de tempo, pois o processo de comunicação fica completamente comprometido. 
          Inúmeras são as organizações que não conseguem estabelecer um bom canal de relacionamento com seus colaboradores e isso, muitas vezes, gera resultados negativos. Há algumas situações que são potencialmente geradoras de estresse, oriundas de má comunicação e que merecem atenção, principalmente quando há:
  • Conversas em bastidores que potencializam o boato, a fofoca, com consequentemente ruídos de comunicação e  distorção da realidade, trazendo prejuízos para quem é vítima do processo, para a organização e a médio e longo prazo para o próprio  autor da conduta, já que o ambiente de trabalho passa a se tornar instável e estressante;
  • Rigidez dos envolvidos na abordagem de assuntos complexos e polêmicos em pauta de reunião. Em tal condição há pouca disponibilidade para escuta e/ou se colocar no lugar do outro. Desta forma, o foco passa a ser ter razão e não encontrar soluções para superar o desafio em questão;
  • Algum membro que esteja envolvido no processo de comunicação e não esteja bem física ou emocionalmente; Obs: Neste caso, a possibilidade de percepção do indivíduo pode estar prejudicada e é salutar a equipe acolher o colega, tendo consciência que poderá estar na mesma situação, em qualquer momento futuro;
  • Um novo membro que passa a ser integrado recentemente e envolvido no processo de comunicação;
     Obs: Nesta situação, o recém-chegado pode não ter tido tempo de conhecer os parâmetros e linguagem que permeia a cultura do grupo em que foi inserido. Um bom exemplo desta realidade, é o ingresso de pessoas que tragam uma origem cultural distinta da equipe que passa a fazer parte, seja por pertencer a outra nacionalidade ou religião.
       Existem ferramentas importantes para combater estes males e afinar a comunicação. São elas: 1) a disponibilidade para o comportamento de escuta; 2) desenvolvimento do processo de empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro e finalmente, 3) Feedback [1]; 4) Follow -up  [2].      
         Portanto, como pode ser observado, várias pessoas dependem de sua comunicação para o exercício profissional, necessitando, portanto, desenvolver competências comunicativas, que incluem a qualidade da voz, articulação precisa, expressividade, seleção do vocabulário, organização do discurso e recursos não verbais tais como gestos, expressões faciais e postura corporal. Vejamos alguns atributos importantes para comunicação: 

ü  Articulação: uma boa articulação, com sons bem definidos, com uma emissão adequada transmite ao ouvinte clareza de ideias, desejo de ser compreendido e franqueza. 
ü  Ritmo e Velocidade de fala: Devemos ter a preocupação de manter um determinado ritmo, naturalmente dentro do estilo de cada um sabendo, que rapidez ou lentidão excessiva prejudica a recepção da mensagem.  
ü  Respiração: a coordenação de fala com a respiração transmite ao ouvinte estabilidade, calma, domínio da fonação e harmonia, sem a sensação de fadiga ou pressa do falante.  
ü  Entoação e Melodia: saber modificar a melodia da fala pela utilização de uma gama de tons que vai do mais grave até o mais agudo, dando vivacidade ao que se fala.
ü  Intensidade da voz: técnicas de controle de projeção da voz de forma agradável ao ambiente com foco no carisma do profissional.
ü  Ênfase: o realce por meio da voz, devendo ser dada a palavra que consideramos mais expressiva dentro de uma frase e que transmita a essência da mensagem. 
         O processo de comunicação é uma arte e não existem fórmulas prontas para uma interação eficaz. É importante que cada um faça a sua parte.
    
Nilza Martins Gimenes,
Fonoaudióloga do NDH -  CRFa 10.716

Shirleine Ap. Larubia Gimenes ,
Psicóloga do NDH  - CRP 06/40017



[1] A palavra feedback de origem inglesa, cujo significado em português é “comentários”, vem sendo amplamente empregada no ambiente corporativo, podendo ser utilizada, não só para verificar se a mensagem expressa foi entendida, mas também como recurso para alertar quando há falhas de compreensão ou defasagem em relação ao discurso ou comportamento do membro que compõe a organização. Este procedimento permite a quem recebe o alerta, a oportunidade de realizar ajustes nas várias nuances do ato de se expressar (atitude e comunicação), possibilitando-o a uma atuação mais eficaz e eficiente. 
[2] Follow up é uma expressão em inglês que significa acompanhar processo que vem sendo realizado.

terça-feira, 2 de maio de 2017

O papel das crenças na vida e os personagens estressados

       
          Existem duas fontes que podem ser geradoras de estresse, a externa e a interna.

       A fonte externa pode ser oriunda de eventos positivos (casamento, nascimento de um filho, um novo emprego), ou negativos (luto, desemprego, pressão em casa no trabalho, etc.)
      A fonte interna, engloba pensamentos e sistema de Crenças que exercem papel fundamental na vida do indivíduo.   


    
 A Crença é definida como o norte, o princípio orientador, convicção ou fé que dá significado e direção à existência. Nele está contido, o ato de interpretar, julgar, classificar e processar as informações e emoções de cada situação.




                 Existem dois tipos de Crenças: 
    As Crenças Racionais (Funcionais): São aquelas que dão condições ao indivíduo de analisar as situações vividas de maneira realística e objetiva. Esta percepção permite a busca de saídas plausíveis para problemas ou mesmo a possibilidade de gerar uma melhor adaptação e aceitação de situações que não estão sob o controle da pessoa em questão. 
  • As Crenças Irracionais (Disfuncionais): São aquelas que proporcionam uma percepção e maneira distorcida de julgar as situações. Geralmente nestes casos, há uma tendência de a pessoa interpretar negativamente a si mesmo, o mundo e as pessoas. Tal conduta acaba por gerar frustrações, ansiedade e estresse, sendo este processo limitador em relação ao desenvolvimento humano. Esta última condição faz com que o individuo não alcance resultados efetivos diante de suas experiências, gerando um ciclo de fracassos e insegurança, que é retroalimentado e reforçado a cada ensaio percebido como desastroso.
  •        Para melhor esclarecer como funciona o poder exercido pelo processo das crenças disfuncionais, traremos alguns “personagens fictícios” que se existissem de fato, provavelmente teriam na vida real, grandes fontes geradoras de estresse. Por detrás de cada ação há pensamentos e crenças que as determinam. Portanto, veja através das caricaturas abaixo, se alguma tem relação com você e se houver, veja se não é hora de rever conceitos e partir para mudança.

Gabriela... “Eu nasci assim, cresci assim, vou ser sempre assim”
Tal crença pode ser fonte estressora, principalmente se ocorre o comportamento de acomodação e resistência que promove por sua vez, estagnação, falta de flexibilidade e consequentemente sofrimento. Frequentemente há nestes casos, o medo e receio de situações novas. Contudo, a pessoa que se encontra nesta condição deve estar ciente de que o processo de mudança e readaptação faz parte da trajetória evolutiva e geralmente pode despontar como oportunidade de crescimento.

Guerreiro perdido... Vai para as batalhas (desafios), de peito aberto (sem planejamento) e sem ferramentas, lutando sabe se lá e contra o quê.
Neste caso, as pessoas alimentam a crença de que apenas a iniciativa e a coragem bastam para alcançar os objetivos, em que muitos destes indivíduos se consideram "empreendedores" unicamente por ter coragem em se arriscar em Projetos, sem que haja um estudo sobre o processo.
O planejamento é fundamental para prever as dificuldades que surgem no caminho e alcançar mais rapidamente as metas, pois desta forma, sabe se aonde e como chegar.

Hard (A Hiena pessimista)... ”Não vai dar certo!!! Oh Vida! Oh! Azar!"
Os projetos de vida exigem certa dose de persistência, em que será de extrema utilidade, estar aberto e predisposto ao aprendizado originado por erros cometidos ou situações que em primeiro ensaio são vistas como fracassos. O olhar objetivo para estas vivências abre a perspectiva de que processos possam ser aprimorados e as metas alcançadas.

O adivinho ansioso. Na ânsia de encontrar a resposta, seja para algo que não consegue entender, seja para prever o que ocorrerá em situações futuras desencadeadoras de tensão, alguns indivíduos perdem a tranquilidade para sondar as pistas reais que poderiam confirmar “as premonições”. Desta forma, a chance de ocorrer a paralisação ou fuga do desafio que gera tal angústia, é enorme. Em muitos casos, eles sofrem duplamente, pois frequentemente tais conjecturas são por demais pessimistas e na maioria das ocorrências, suas previsões não se confirmam após o acontecido, levando-os à constatação de que sofreram desnecessariamente.

 Obs: 1) Há uma relação deste personagem com a Hiena Hard; 2) A previsão de situações descrita neste tópico, difere do planejamento, que parte de dados concretos, construídos de forma objetiva e não apenas da percepção subjetiva do sujeito.

O Autoritário / mimado intransigente As coisas devem acontecer do jeitinho que eu quero e é catastrófico quando isto não acontece.
 Tal rigidez acaba comprometendo o próprio crescimento e a  qualidade dos relacionamentos. Desta forma, há grande probabilidade de ocorrer o afastamento das relações sociais, em que a pessoa sente-se isolada e sem apoio.  Em casos extremos,  sente-se perseguido por pessoas do seu convívio, por estas não compartilharem de suas convicções.  

Bichinho Indefeso Sozinho???Não tenho capacidade para ...  É mais fácil evitar do que enfrentar certas dificuldades e responsabilidades pessoais na vida
Geralmente estas pessoas desenvolvem altos níveis do estresse, pois além de  não TRANSFORMAR a sua realidade, não adquirindo experiência e conhecimento, acabam por exigir demais dos que lhe rodeiam, gerando desta forma, estresse e desgaste na relações sociais.

O Super- Homem. Faz várias coisas ao meu tempo, de forma extremamente rápida, em que quer dar conta de tudo e do papel que a humanidade espera dele, porém vive um amor platônico pela Lois Lane, sendo extremamente só.        
  Há pessoas que direcionam tanto sua energia para a área profissional, que se esquecem das outras (família, amigos e o próprio bem-estar). Tal crença, geralmente é alimentada,  pelo fato de o indivíduo acreditar que só será valorizado pelos que lhe rodeiam, se abraçar tal estilo de vida. Nesta condição, aconselha-se que estejam  atentos para a seguinte realidade: O Super Homem não adoece, mas o Ser Humano, sim. E há momentos preciosos que podem estar sendo perdidos ao se comportar desta forma, que é desproporcional, como por exemplo, estar com os entes queridos e pausas para lazer e bem-estar. Muitos alegam falta de tempo e dinheiro para este investimento, mas certamente terão que adquirir tais recursos, caso venham adoecer.

Gérson - Infelizmente este personagem não é tão raro na nossa cultura. Estes perfis costumam atuar na base do "jeitinho", em que o planejamento e monitoramento, geralmente, são deficientes. Sendo assim,  acabam gerando para si grandes fontes estressoras em médio e longo prazo,  como estamos tendo a oportunidade de verificar na política de nosso País
         Apesar de ser realizado um trabalho de caricatura dos personagens, as histórias fictícias descritas podem estar acontecendo na vida real e  provocando situações dolorosas na vida de algumas pessoas, em que ao adotar o estilo de conduta de alguns destes papéis,  acabam promovendo o ciclo de sofrimento, sem estarem conscientes da origem de todo este processo.
         A exposição deste tema não consistiu em depreciar a forma de agir das pessoas, pois se trata de personagens,  mas foi apenas uma tentativa de sensibilizar o leitor para esta realidade.
Obs: Em momentos de crise é esperado que algumas "aparições" surjam esporadicamente, querendo espaço de manifestação na psique do indivíduo. Entretanto, aconselha-se ficar atento em relação à constância e intensidade que emergem,  além dos impactos disfuncionais  que   elas geram  na vida da pessoa.

         Portanto, se você se encaixa em alguns destes perfis e percebe que a atuação referente a estes estereótipos tem trazido estagnação e sofrimento para a sua vida, talvez seja a hora de rever suas crenças. E se necessário, reflita se não é interessante procurar um psicólogo.
      

       
FONTE: Conteúdo extraído em aula ministrada em Curso de Especialização ,  Crenças,  Instituto Psicológico de Controle de Stress Marilda Emmanuel Novaes Lipp, 1997



Shirleine Ap. Larubia Gimenes, coach in wellness, psicóloga (CRP-06/ 40017); Especialização em Terapia cognitiva comportamento (Instituto de Psicologia e Controle do Stress Marilda Emmanuel Novaes Lipp - Centro Psicológico do Controle do Stress); MBA em gestão de promoção de saúde e qualidade de vida nas organizações (Centro Universitário São Camilo/ABQV/ABRAMGE); Certificação em Wellness Coaching (Real Balance Global Wellness Services); Certificação em Gerenciamento de Stress (International Stress Management Association [ISMA-BR] e CN Centre for Occupational Health & Safety [CNCOHS]).

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Caleidoscópio - Uma metáfora para o trabalho em equipe



        Certa vez em uma das minhas leituras, assinalei um trecho interessante em que os autores estabeleciam uma correlação entre a vida e o caleidoscópio:
É como se a vida pudesse ser representada pelo caleidoscópio, onde algumas formas simples, porém diferentes  uma das outras compõe e recompõem figuras que nunca se repetem. Talvez esta imagem seja a metáfora que representa a complexidade dinâmica das configurações e reconfigurações que estão presentes nos processos de desenvolvimento humano" (Ajzenberg, T.C.P; Cardoso, S.R.; Fernandes, M.B.; Lázaros, E.A.&Nogueira, C.R., 1998).
            Não deixei de ficar tocada por esta analogia, e pude perceber que havia uma profundidade inerente a este discurso, que reverberava e poderia também ser utilizada para as relações sociais que o indivíduo estabelece durante sua trajetória, sejam elas de ordem familiar, afetiva e profissional.
            Dentro deste contexto, resolvi ampliar e aprofundar ainda mais minha reflexão e pude trazer a metáfora do caleidoscópio para outras realidades que abarcam semelhante interação dinâmica. Como por exemplo, para: o atual contexto econômico em que ocorrem as tendências às fusões  de empresas; a  união de grupos em busca de objetivos comuns, a própria Era da Globalização  ou mesmo para funcionamento cotidiano dentro de uma organização, em que pessoas com diferentes perfis e funções trabalham em prol da construção de metas comuns, que certamente constituirá e refletirá uma única imagem para o mundo externo.
 Creio que a diversidade e a flexibilidade com que este brinquedo tem em se adaptar às mudanças a que é submetido, formando novos quadros, espelha a representação simbólica da manifestação saudável do  processo, de como estar e interagir em determinado grupo. 
  Metaforicamente falando,  organizações e  indivíduos podem representar os  diferentes fragmentos que compõe o todo , com suas próprias características peculiares (perfis, crença, filosofia e missão), que podem contribuir para a formação harmônica de  belas figuras (união em busca de metas comuns e crescimento) e se alternarão de acordo com o momento e movimento presente (leis de mercado e sociais).
Fico pensando como seria, se estas parcelas fossem todas de uma única cor. Talvez belas formas pudessem surgir, porém a diversidade que está presente nos diferentes tons (potencialidades específicas de cada membro) e a leveza com que cada fragmento se locomove e interage com os demais não trariam a mesma beleza e a riqueza, se estas diferenças não existissem. Esta construção não é estanque e nem poderia, se assim o fosse, tal instrumento perderia a sua utilidade após a formação da primeira figura.
 Infelizmente há muitos grupos e/ ou mesmo organizações que se prendem à primeira imagem que já foi bela e teve sua função, porém não percebem a emergência de um novo movimento que solicita a formação de uma nova configuração (adaptar-se com novas formas de atuação à constante transição que ocorre na realidade política e econômica do País e do Mundo). Tais  núcleos acabam por perecer ou adoecer, devido a não adaptação ao novo paradigma,  pois a resistência a esses processos de transição traz, além das dificuldades já inerentes à trajetória evolutiva, mais um fator gerador de estresse,  já que a adaptação à nova configuração é imprescindível para a própria sobrevivência.
Portanto, ao verificarmos o movimento de um caleidoscópio, aprendamos com ele!!! Pois ele pode trazer através do equilíbrio harmônico da união das várias nuances e tons (parcerias); a agilidade, a criatividade, a flexibilidade em se adaptar a novas realidades , e principalmente como resultado UMA BELA E AGRADÁVEL IMAGEM ao olhar atento do observador (cliente final).

Shirleine Ap. Larubia Gimenes
            Psicóloga (CRP 06/40017)
            Sócia-proprietária do NDH

 


[1] Ajzenberg, T.C.P; Cardoso, S.R.; Fernandes, M.B.; Lázaros, E.A.& Nogueira, C.R., 1998). A Gênese da construção da identidade e da expansão de fronteiras na criança, Revista da Gestalt, São Paulo, nº 7, pg 43-48, 1998