segunda-feira, 31 de julho de 2017

Cuide de sua saúde mental: Parte 2 (Estratégias de enfrentamento)


         Um dos principais fatores que podem abalar a saúde mental é o estresse. Em publicação anterior, eu abordei os principais conceitos relativos a este estado, com suas respectivas formas de manifestação e sintomas.


 Neste número, trarei:  1) As principais fontes de estresse. Obs: Já que a possibilidade de mudança começa no reconhecimento e identificação dos fatores que geraram o  estresse negativo; 2) Algumas estratégias de enfrentamento para reverter este processo.

 Existem fontes estressoras que podem abalar a saúde mental. Entre estas existem as que estão sob o controle e outras que não dependem somente do indivíduo. São elas:
         Estresse gerado por variáveis ligadas ao macro sistema.

        Entre elas estão : Crise econômica e política do País, insegurança em relação à instabilidade do emprego e violência.

Obs: Apesar da condição de não se ter controle total destas variáveis, algumas iniciativas podem ser tomadas para pelo menos amenizar seus impactos, em que atitudes relativas à prevenção e planejamento podem ser tomadas.

  Estresse ocupacional: Além da insegurança oriunda do clima de  instabilidade gerado pela crise, há também a existência de outras demandas, como: alta solicitação no trabalho acarretado pelo acúmulo de funções; fazer várias coisas ao mesmo tempo; aumento de informações que acontecem em velocidade e  ritmo cada vez maior; desequilíbrio entre empenho e recompensa e finalmente, as relações interpessoais negativas que em muitos casos são  desencadeadas por extrema competitividade, que nem sempre obedecem os padrões éticos de conduta frente à prática profissional.

 Estresse na vida pessoal e nas relações significativas :  
A espinha dorsal deste processo está embasada na forma que o  indivíduo percebe, sente,  planeja e  organiza sua  realidade.  Fazem parte deste escopo: 1) O sistema de crenças que determinam o seu pensamento, interferem nas emoções e moldam a sua forma de agir no meio que se está inserido;  2) A alta cobrança de performance em uma sociedade cada vez mais exigente  ; 3) A adequação dos papéis dentro da estrutura familiar, que em alguns casos paira a incerteza em relação à complexa missão de suprir materialmente e emocionalmente  os entes queridos, entre eles, os filhos. Obs: A angústia e em alguns casos a culpa de não conseguir estar presente em todos os momentos também contribuem para o agravamento deste cenário.
   
           O que fazer quando há interferência constante destas situações?


           De acordo com Lipp (2003), os 4 pilares  para gerenciar os efeitos do estresse negativo são:

       1) Reestruturação cognitiva (revisão de crenças e pensamentos).  

         Método utilizado pela Terapia Cognitivo Comportamental que visa proporcionar  ao indivíduo, recursos para que este possa avaliar seu sistema de Crenças. Através de ferramentas apropriadas, ele terá mais condição de identificar: 
  • As crenças Irracionais, que geralmente são limitantes, não encontram respaldo na realidade e podam o desenvolvimento, gerando o ciclo de mais sofrimento e estresse.   A possibilidade de identificação deste tipo de crença, que é oriunda de  pensamentos e percepções distorcidas,  permite a possibilidade de revisão e transformação da situação desfavorável.
  • As crenças racionais são adquiridas através da percepção objetiva da realidade. Tal condição  permite a pessoa desenvolver estratégias que são pautadas em bases reais. Desta forma, a probabilidade de se obter melhores resultados são mais consistentes.
            2) Atividade física
            Segundo Sharkey (1998), a atividade física é uma importante alternativa para o tratamento relativo à  depressão, devido ao seu baixo custo e por ser recurso eficaz para prevenção de patologias de complexa gravidade. Tal condição  pode levar o indivíduo a desenvolver situações de estresse e depressão. Ex: Doenças crônicas, com suas respectivas e onerosas intervenções. Os estudos que relacionam a atividade física à depressão têm verificado que indivíduos que praticam atividade física de forma regular reduzem significantemente os sintomas depressivos.

       3) Relaxamento
      O relaxamento é uma técnica que visa desenvolver o equilíbrio entre a mente e o corpo. Para que se tenha uma maior efetividade neste processo, deve-se estar ciente de qual será a finalidade  e para quem será administrado, como por exemplo:  

O relaxamento muscular é recomendado para o estresse de natureza física.  Respeitando a natureza e limitações do indivíduo, alongamentos aliados ao processo de respiração costumam ser ferramentas poderosas e utilizadas para atingir resultados satisfatórios para esta necessidade.

O relaxamento psicológico  além de ser importante recurso para  promover ampliação de percepção em relação ao  corpo, sensações e sentimentos, também pode contribuir para o desenvolvimento da criatividade, reflexão, avaliação dos próprios valores e das próprias ideias.  Para atingir o que se pretende, a técnica aliada ao processo de respiração,  instiga a sensibilização dos sentidos através de imagens, sons, etc. 

         4) Boa alimentação:
       Uma boa alimentação prepara o organismo para combater doenças, promover o gerenciamento do estresse e desenvolvimento cognitivo.  

            Além das bases citadas por Lipp, creio que seja importante trazer relevância de outras, como: desenvolver empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro), a qualidade da comunicação, planejamento de tempo e ações.

           5) Empatia:
            Creio que muitos problemas poderiam ser evitados, se houvesse uma disponibilidade do indivíduo em se colocar do outro. Como diz o velho ditado: "O que eu não quero para mim, eu não quero para os outros". Há razões para crer que a utilização deste recurso pode viabilizar uma melhora das relações sociais e qualidade da comunicação. Obs:  Entretanto, deve-se ficar atento para não ocorrer a manifestação exacerbada da outra polaridade, em que a pessoa na ânsia de atender as necessidades dos outros,  acaba deixando as suas próprias  de lado. Tal postura não será saudável para nenhuma das partes, pois enquanto uma poderá se sentir sufocada com o passar do tempo, a outra por ficar acomodada,  poderá restringir a oportunidade de experiências e provável amadurecimento.

           6) Qualidade da Comunicação:
         Segundo Gustavo Matos (2006), a falta de cultura do diálogo, de abertura a conversação e a troca de ideias, opiniões, impressões e sentimentos, é, sem dúvida alguma, o grande problema que prejudica o funcionamento de organizações e países.  Seja através da comunicação verbal ou não verbal, a informação é indispensável para que as pessoas atinjam suas metas. É através da informação que se pode detectar áreas problemáticas capazes de impedir o alcance de objetivos. É também, por meio dela que são avaliados desempenhos individuais e/ou coletivos. E ainda, só através de informações torna-se possível fazer ajustamentos necessários para que a eficiência de ações seja alcançada. Sem diálogo não há comunicação nem solução possível para os problemas sendo que a maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos são causados por uma comunicação inadequada.

           6)  Planejamento de tempo e ações:
           Tenho observado que a falta de planejamento tem sido grande fonte geradora de estresse para as pessoas, principalmente em época de crise. Controle de finanças, de processos de trabalho e agenda permitem que o mesmo tenha condições de criar estratégias preventivas que possam lhe evitar maiores dores de cabeça em futuro próximo.

           Apesar de ser aparentemente mais trabalhoso no início, o gerenciamento deste processo não só contribui para o bem estar do indivíduo, mas também para o aprimoramento de sua percepção que será de extrema valia nas atividades produtivas e ações que envolvam a comunicação com as pessoas que fazem parte deste cotidiano (capacidade de ouvir e se colocar no lugar do colega/parceiro).

           A gestão de gerenciamento do estresse e qualidade de vida é um trabalho sistêmico que integra várias dimensões (física, emocional, social e espiritual). A visão e intervenção integradas deste processo possibilitam a construção de ações preventivas que contribuem, não só para o gerenciamento do estresse, mas também para a manutenção da saúde mental e bem estar do indivíduo. Creio que o investimento valerá a pena.

Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Psicóloga -CRP 06/40017

LIPP, M.E O Tratamento Psicológico do Stress in LIPP, M.E. Mecanismos Neuropsicológicos do Stress. Teoria e Aplicações Clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
MATOS, G.G. A cultura do diálogo: Uma estratégia de comunicação nas empresas. Editora Campus/Elsevier, Rio de Janeiro, 2006
 SHARKEY, B. J. Condicionamento físico e saúde. 4ª edição. Porto Alegre: Artmed, 1998.


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Cuide de sua saúde mental: Faça algo por você

         O estresse exacerbado tem sido uma realidade constante na vida de muitas pessoas e tem contribuído para a emergência e/ou agravamento de  doenças, como: 
ü  Disfunções de natureza física: Gastrites, úlceras, hipertensão, cardiopatias, patologias geradas por queda do sistema imunológico e/ou neuroendocrinologico, etc. 
ü   Disfunções de natureza  psicológica: depressão, síndrome do pânico, burnout (estresse crônico), etc.            
          Devo destacar que  é impossível eliminar definitivamente o estresse do cotidiano das pessoas, pois ele teve e tem importante papel na função de preservação e sobrevivência humana.  Definido como estado  que desencadeia reações  psicofisiológicas no organismo,  ele também tem como função  preparar o  sistema  para a reação ou defesa, frente às situações interpretadas como perigosas ou ameaçadoras.
        Sendo assim, dentro de limites toleráveis,  ele é extremamente útil para o Homem, pois  além da função de preservação, ele também pode impulsionar o indivíduo para iniciativas que visam mudança de ciclo e crescimento. Ex: Um novo emprego, uma viagem, casamento, etc. Este tipo de estresse é identificado como positivo.
          A sua manifestação torna-se nociva, quando  as consequências deste estado de prontidão persistem por longo período e os limites são excedidos. Tal condição originada por contínuas alterações psicofisiológicas para atender as demandas de estressores reais e/ou imaginários, faz com que inicialmente,  o sistema resista à  interferência constante deste processo. Porém se nada for feito para resgatar o equilíbrio, ele sofrerá esgotamento com possível exaustão e em casos extremos, corre se o  risco de falência do organismo.
          Para que a manifestação patológica do estresse não ocorra, recomenda-se que a pessoa esteja atenta ao aparecimento dos seguintes sintomas:
o    Aumento da transpiração,
o    Mãos frias,
o    Boca seca,
o    Cansaço ou falta de energia,
o    Tensão muscular e dores nas costas,
o    Perda ou aumento de apetite
o    Tontura ou palpitações, 
o    Insônia e dificuldades sexuais
o    Irritabilidade,
o    Problemas de memória,
o    Aumento exacerbado da ansiedade.

          Se estes "sinais" forem subestimados e tornarem-se frequentes, o processo doentio do estresse poderá gerar prejuízos  em médio e longo prazo, como:

ü  Tangíveis: afastamentos por  adoecimento ou queda da capacidade produtiva; ônus gerado pela doença, com medicações e tratamentos; abalo  do poder aquisitivo, com consequentemente queda de possibilidade de prover o próprio bem estar e da família, de quem geralmente é provedor(a) ;
ü   Não Tangíveis: Abalo da autoestima e crença em si mesmo; falta de perspectiva para o futuro.

        Obs:  Não é raro, algumas pessoas relatarem a falta de tempo e recursos para tomarem iniciativas para reverter este processo, mas reflita: O que é melhor? Você encontrar tempo e recursos para cuidar da sua saúde, hoje?  Ou ter que forçosamente encontrar recursos e tempo para lidar com a doença no Futuro, de uma forma bem mais dolorosa? Levando-se em consideração à longevidade que a população mundial vem adquirindo, pergunto: Qual é a qualidade de vida que você gostaria de ter na “melhor idade”?

          O despertar para esta realidade  permite uma postura proativa do Ser voltado para a manutenção da saúde, ao invés da doença. Reflita se o planejamento, com uma certa dose de investimento em você, não vale à pena?
         Se ainda não começou este desafio, perceba se não é o momento? E não hesite em procurar suporte para viabilizar este processo de forma satisfatória.         

Obs: Na próxima matéria, estarei apresentando alguns recursos para a gestão do estresse.
 
          Shirleine Ap. Larubia Gimenes
                         Psicóloga do NDH
CRP 06/40017
Referência:
Especialistas explicam se depressão pode afetar o trabalho. Programa Fantástico. G1.Globo,   disponível em: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/04/especialistas- explicam-se-depressao-pode-afetar-o-trabalho.html, 05 de abril de 2015.

 LIPP, M.E O Tratamento Psicológico do Stress in LIPP, M.E. Mecanismos Neuropsicológicos do Stress. Teoria e Aplicações Clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.


quinta-feira, 29 de junho de 2017

Como Seres Humanos, empresas também adoecem


          
O organismo humano é formado por um complexo sistema que durante sua existência precisa de cuidados para se manter saudável.Segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 53% dos fatores que influenciam na manutenção da saúde é o estilo de vida. Nele estão contidas atitudes que podem fazer a diferença no processo de cuidar da saúde, como por exemplo, ter uma boa alimentação, fazer exercícios físicos de acordo com a capacidade do organismo, check-ups regulares e construir um cuidado especial com a administração de tempo e o estresse.
         Gerenciar o tempo permite organizar o trabalho de maneira satisfatória, possibilitando abrir espaço para estar com a família e realizar atividades que envolvam lazer, aprimoramentos e cuidar da saúde. Ora, para que este processo seja viável, torna-se imprescindível, o planejamento para acomodar todos os horários e ações para sua execução, não é mesmo? 
          O que ocorre lamentavelmente é que, algumas pessoas não dão atenção para estas práticas e inicialmente não conseguem perceber o prejuízo que tal atitude acarreta no organismo em médio e longo prazo. Esta falta de cuidado facilita, não só a emergência de doenças crônicas, como também o desgaste do organismo com probabilidade acentuada de queda do sistema imunológico. 
         Nesta condição, há a disponibilidade para o surgimento de quadros infecciosos,
doenças oportunistas e em casos extremos risco do aparecimento de doenças neoplásicas (câncer) ou autoimunes. Entre estas patologias merece destaque o HIV, que é uma doença autoimune, sendo em grande parte ocasionada pela falta de prevenção. 
          Em comparação à saúde do corpo, metaforicamente, as empresas vivem semelhante realidade. Quantas vezes organizações perdem recursos (aumento de custos e perdas)  por não realizarem seus check-ups e atitudes preventivas, que estão embasadas na política de planejamento e organização?
         Estabelecendo uma metáfora entre o adoecer do Ser Humano e das organizações, podemos dizer  que algumas delas são identificadas como:
1)  Hipertensas:

Por não adotarem atitudes preventivas e hábitos saudáveis, tornam-se vulneráveis, podendo explodir a qualquer momento, devido o aumento da pressão. 
2) Com Câncer (neoplasias):
Por não fazerem o check-ups regulares, não percebem a presença de células neoplásicas, ilustradas por situações, crenças disfuncionais ou mesmo pessoas que possam comprometer a saúde de todo o sistema. 
3) Com doenças autoimunes:
Tão perigosa quanto as neoplásicas, estão as autoimunes, em que uma célula do mesmo sistema percebe a vizinha ou colega como um agente ameaçador de sua existência. Tal situação é desencadeada pelos ruídos de comunicação e competitividade disfuncional e desequilibrada.
            Frente à presença de tais metáforas patológicas, o que a empresa precisaria fazer?
           Como pessoas, existem também organizações que tem receio de realizar as avaliações preventivas, seja por "comodismo",  seja por medo do que irão encontrar, esquivando-se, muitas vezes, de enfrentar situações que exijam "trabalho" e uma nova postura, perante o evento estressante. Tal conduta acaba inviabilizando a adoção de práticas que evitariam grandes dores de cabeças em médio e longo prazo e que certamente, serão inevitáveis, se nada for realizado para este fim. Sendo assim e como é divulgado na mídia, através das mais sérias campanhas de saúde, “Quanto mais cedo, melhor será a chance de se obter um prognóstico favorável”.
           Contudo, não devemos achar que todo processo que venha fragilizar o organismo em um primeiro momento, seja totalmente ruim. Há situações em que o sistema imunológico poderá ser fortalecido a partir deste desequilíbrio, adquirindo uma maior imunidade posteriormente. Portanto, os momentos de crises para  pessoas e organizações não são totalmente negativos, pois poderão servir de alerta para algo que precisa ser cuidado, alertando que o processo de planejamento precisa ser revisto. Se houver uma postura de proatividade frente a estas situações, haverá uma maior probabilidade de ocorrer crescimento gerado pela busca de alternativas para se restabelecer a ordem. 
            Desta forma, podemos concluir que o organismo que tem em seu histórico,  práticas preventivas e cuidados para manutenção de sua estrutura, adquire mais resistência para enfrentar as intempéries, tornando-se mais fortalecido após os eventos estressantes. 
            Em contrapartida e na outra polaridade, a situação  tende a ser mais penosa, quando não houve este cuidado, em que alguns casos, o organismo sucumbe e não aguenta, chegando à extinção. Condição lamentável esta, em que há razões para crer que se houvesse um pouco mais de disponibilidade para planejamento e investimento em avaliação, revisão e aprimoramento de processos, a vida da organização e atividade laboral de todos de que dela fazem parte, teriam sido preservadas. 


          PORTANTO, PERGUNTO: O QUE VOCÊ PODERÁ FAZER PARA A  SUA SAÚDE? E COMO PODERÁ CONTRIBUIR PARA A SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO, EM QUE ESTÁ  INSERIDO (A)?

                                                                                  


Shirleine Ap. L. Gimenes
Personal Coaching 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Comunicação: Um grande desafio para as escolas

        
Ter uma equipe talentosa e motivada não é o suficiente para uma escola. Se essa equipe não estiver bem informada, e se seus integrantes não se comunicarem adequadamente, não é possível potencializar a força desse grupo. Dessa forma, a comunicação interna é algo prioritário que deve merecer grande atenção.
            Os diretores/coordenadores devem ter a consciência de que a comunicação transparente, ágil, democrática e participativa é vital para o desenvolvimento e a sobrevivência das escolas, pois as falhas de comunicação ocorrem devido ao excesso de informação, falta de envolvimento e participação das pessoas, inconsistência das mensagens, trabalho individual e dificuldade em personalizar as mensagens para os diferentes níveis de receptores.
          Atualmente a comunicação entre escola  colaboradores   famílias, acontecem por meio de informativos, circulares e internet. A comunicação interpessoal cada vez mais se torna rara, porém vale salientar que esse recurso possibilita a interação das pessoas, a realização de projetos em conjunto, a facilidade do feedback, e consequentemente o alcance de melhores resultados. 
         É necessária uma atenção especial com os meios de comunicação, pois uma mensagem mal interpretada poderá causar distorções, resultando em grandes perdas tanto pessoais como organizacionais. Por mais que haja canais de comunicação entre a escola,colaboradores e pais e por melhor que sejam seus conteúdos, formatos e frequência, o impacto e a eficiência  ficarão limitados se todos os envolvidos não ajudarem a fazer com que as informações e conhecimentos circulem e assim todos se tornem responsáveis pela comunicação.
              Assim concluo que a escola terá mais sucesso se viabilizar o sistema comunicativo existente, facilitando o enfrentamento dos desafios e obstáculos cotidianos. Uma comunicação eficiente pode levar a escola  a obter conhecimentos e informações que poderão levá-la a atingir uma vantagem competitiva, difícil de ser replicada por seus concorrentes, pois uma boa comunicação está embutida na cultura organizacional, a qual envolve valores e crenças da organização. A comunicação visa provocar mudanças no comportamento das pessoas, através do desenvolvimento de atitudes positivas em relação ao próprio desempenho que eleva com a satisfação profissional, o que impulsiona a escola em direção as suas metas    


Nilza Martins Gimenes
Fonoaudióloga NDH   

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Você domina a raiva ou ela lhe domina? Saiba como não ser vítima de sua raiva


Não há como ignorar o clima tenso que ronda a realidade brasileira.  Os escândalos sucessivos que aparecem diariamente  e ilustram  a condição em que se encontra o País faz com que as pessoas fiquem indignadas, irritadas e em casos extremos apresentem explosões de raiva.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a raiva não é algo totalmente ruim.  Ela faz parte das emoções básicas do Ser Humano e  pode ser útil em algumas situações, quando bem administrada.
         Um exemplo desta condição é quando o incomodo gerado pela raiva  faz com que indivíduo  saia da zona de conforto e tome atitude frente  às  circunstâncias,  em que identifica como insatisfatórias e/ou abusivas.  As vias de resolução deste processo podem ser atingidas,  através da  postura e comunicação  assertiva (clara), levando se em consideração o momento e a busca de evidências concretas  de que a sua avaliação  em relação ao evento não esteja equivocada.
Neste caso, a pessoa poderá desenvolver maior possibilidade de defender os seus direitos, sua integridade e os  seus próprios objetivos.  Deve-se salientar que tal forma de expressão não é embasada no comportamento  agressivo,  mas  em conduta honesta,  respeitosa,  clara e firme,  que é expressa de forma funcional e equilibrada.

A raiva passa a  ser um processo nocivo ou destrutivo, quando há:

1) Uma leitura distorcida da realidade, em que a mesma é desencadeada por interpretações equivocadas do fato real, sem que haja certificação da consistência e veracidade desta percepção. Tal  condição  pode gerar  respostas inadequadas que acabam por provocar sofrimento e consequências desastrosas para a vida do individuo.

2) Canalização inadequada para a expressão de sentimentos.
Exemplos de tal espécie ocorrem quando se reprime ou não se canaliza a raiva de maneira satisfatória. Tal comportamento pode gerar elevada tensão interna, aumentando a probabilidade de  a pessoa desenvolver sintomas de origem psicossomática ou  de apresentar  reações disfuncionais em médio e longo prazo. Não é raro, a passividade tornar-se agressividade depois de um certo período, em que a pessoa não aguenta mais reprimir a emoção por mais tempo. Geralmente nesses casos, a manifestação da raiva acontece em momentos inadequados, em que  é vista como falta de controle e habilidade social.
Outro padrão de conduta que esboça o direcionamento impróprio da raiva acontece quando  os indivíduos são extremamente agressivos, impulsivos, hostis  em excesso, em que os resultados atingidos por esse comportamento não são promissores, vindo ser até danosos a médio e longo prazo.

Sendo assim, compartilho algumas sugestões para que você possa aprender a lidar com a raiva:

1)    Conhecer-se a si mesmo, para que você possa  identificar algumas variáveis que fazem parte de sua natureza interna, como: crenças, percepção da realidade, vulnerabilidade ao estresse, controle para administrar os impulsos,  habilidade para expressar os sentimentos, pensamentos e emoções. E finalmente,   estratégias para lidar com a tensão da raiva.

2)    Identificar os sinais  físicos (sintomas) que  apontam que você está  para "estourar". Ex: respiração curta, tensão,  etc. .

3)  Identificar qual é o elemento causador  do processo da raiva, que pode ser de origem externa (meio ambiente) e/ou interna ( pensamentos, crenças, etc).

O autoconhecimento deficiente aliado a um baixo controle da raiva podem levar  indivíduos  a cometerem atitudes precipitadas e disfuncionais, com risco de comprometer negativamente a qualidade das relações sociais e alcance dos próprios objetivos.
      Portanto, sugiro que você reflita sobre as sugestões acima, tentando identificar : 1) A origem que desencadeia todo este processo; 2) Quais são as reações e consequências que a raiva tem trazido para sua vida, quando ela rompe de maneira impulsiva .
Caso precise de suporte,  não hesite em procurar a ajuda de um profissional (psicólogo), para auxilia-lo no processo de autoconhecimento e para que você possa na criar estratégias mais eficazes de se ter melhor controle e resultados, com menos estresse.

Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Psicóloga do NDH
CRP 06/40017

 



quarta-feira, 7 de junho de 2017

ENFRENTANDO OS NOSSOS DRAGÕES INTERNOS – UM PASSO PARA O CRESCIMENTO




"Todos os dragões da nossa vida são talvez princesas que esperam ver-nos um dia belos e corajosos. Todas as coisas aterradoras não são mais, talvez, do que coisas indefesas que esperam que as socorramos. _Rainer Maria Rilke_" (1)

        


           Ao ler este trecho descrito por Rilke em sua obra "Cartas a um jovem poeta", refleti sobre a forma que enfrentamos os nossos dragões internos.
          Correlacione a metáfora aos desafios que tem aparecido em sua trajetória de vida e veja se tem enfrentado as suas feras ou vive fugindo delas?
Na minha experiência de vida pessoal e profissional, tenho observado que as pessoas que não  enfrentam os "monstros internos", certamente se depararão com eles em futuro próximo, pois tais criaturas irão atrás de seus donos e como crianças mimadas, exigirão a atenção para algo que precisa ser cuidado.
            Conhecido como o lado que não queremos enxergar de nossa personalidade, ele exige de nós coragem para que enfrentemos o que nos gera medo, como por exemplo, as nossas incertezas, a nossa ignorância e a próprio medo de que estas variáveis sejam flagradas para o mundo externo. São presenças incômodas por desvendarem a nossa fragilidade e que de acordo com determinadas crenças, nem sempre funcionais,  podem sufocar bases reais de essência e potencial.
            Sendo assim, a falta de coragem de enfrentar o monstro, também não permite o encontro com os próprios heróis ou gurus internos, que também fazem parte da psique do Homem. E o que é mais triste. O que isto gera? A probabilidade de limitação da própria existência em prisões que também se alojam dentro da própria alma.
            O medo faz parte da natureza humana e ele tem a sua serventia quando mobiliza a cautela no Ser Humano. Entretanto, a sua manifestação exacerbada poder ser prejudicial, em que o indivíduo corre o risco de se entregar à estagnação, a acomodação, condenando-se ao ciclo de constante insegurança, falta de liberdade  e grande probabilidade de insatisfação e sofrimento.
           Geralmente, algumas  destas pessoas entregam a chave de suas próprias prisões a terceiros, em que delegam a responsabilidade dos próprios infortúnios, culpando o outro ou cenário em que vivem pela sua “triste” condição.
           Contudo, não se iluda, pois este confronto não poderá ser evitado. Em prol de um “VERDADEIRO CRESCIMENTO”, seu monstro irá atrás de você, até que  aceite este contato e escute o pedido que ele tende lhe fazer. Caso contrário, continuará lhe perseguindo, até  que aceite o desafio de crescer e amadurecer.
            Veja na sua história de vida e/ou de outras pessoas, se não há situações difíceis que parecem se repetir? Será que tais provas não são convites para o aprendizado e para a possibilidade de tornarem-se mais amadurecidos, experientes  e quem sabe , mais sábios? 
            Estas ocorrências que são expressas em situações dolorosas, como doenças, insatisfação, inseguranças, tédio, aparentes fracassos parecem nos colocar em condições desconcertantes para que procuremos saídas e novas condutas.  Se há uma relutância em assumir o desafio, a intensidade do chamado será maior, até que realmente possa ser atendido.
            Reflita! Se este chamado, já não ocorreu para você? Há situações que se apresentam constantemente, convidando-o a ter uma nova postura e ampliação de conhecimento, experiência e percepção? E você costuma fugir por ter medo de tentar, assumir responsabilidades ou se expor?  Estas situações de recuo, que aparentemente são confortáveis, não o remete à situação de estagnação? E às vezes degradação?
           Será que as dores ou oportunidades de crescimento de nossas vidas não são as princesas que estão revestidas de dragão, para que possamos ter o mérito de resgatá-las rumo ao verdadeiro crescimento?
            Pense Nisto! E se estiver com dificuldade em enfrentar este processo, não hesite em procurar suporte para superar o que possa estar dificultando o seu crescimento.


Shirleine Ap. Larubia Gimenes

Psicóloga do NDH
CRP 06/40017




Fonte: Rilke, R.M. Cartaz a um Jovem Poeta, Ed. Globo

terça-feira, 30 de maio de 2017

LEGADO DOS EMPREENDEDORES E LÍDERES DO PASSADO

Uma reflexão para as lideranças e suas respectivas equipes...
 
Já faz algum tempo, tive a oportunidade de assistir o filme “1492-Conquista do Paraíso”. Não sei o quanto tem de real ou fictício nessa história, porém ela me levou considerar a probabilidade de que na busca de “novos mundos”, os grandes navegantes do Séc. XV tiveram que carregar em “sua bagagem pessoal” algo além de suprimentos e recursos materiais. Creio que para estes profissionais havia a existência de um sentido maior em realizar esta missão, que fosse o suficiente para lançá-los nesta tarefa da busca de algo desconhecido, colocando a própria existência em risco. Talvez, a promessa de novos mercados, a possibilidade de enriquecimento, o reconhecimento e conquistas de posições fossem o bastante para mante-los motivados em trilhar este complexo desafio. 

Para este fim, saíram para as grandes viagens, deixando famílias e a segurança de uma realidade conhecida, em prol da construção de UM PROJETO MAIOR.  Estabelecendo uma analogia entre o panorama daquela época e a nossa realidade atual, questiono sobre o que estes empreendedores do passado poderiam ensinar aos da atualidade? Para esta finalidade, trago alguns aspectos para serem fontes de reflexão.  


Sem sentido, não há consciência... Sem consciência, não há a clareza da meta”. (clareza da missão) 

Penso que para se atingir a META atribuída por uma empresa, ela deva fazer e ter sentido para todos os membros envolvidos no processo de conquista. Contudo só isto não basta, pois a consciência dos colaboradores não deve estar limitada à percepção de que atingir o objetivo será bom para eles, mas principalmente, que o êxito de tal processo depende de um real compromisso em enfrentar desafios, perseverar ao confrontar-se com barreiras, lidar com as diferenças e em algumas situações sacrificar antigos padrões de comportamento em prol do FOCO COMUM a todos.  Caso contrário, não haverá envolvimento e ao enfrentar “as primeiras tempestades” e os primeiros obstáculos, o grupo se fragmentará e “afundará”.  

Ao se carregar na bagagem tão importante ferramenta (O SENTIDO), algumas outras complementares podem auxiliá-lo”.  “Tenhas um norte e saiba como chegar até ele e quanto mais conhecimento houver dos mares e terras por andares, melhor saberás como caminhar e agir, tendo em vista a incumbência de dominar os territórios ainda a serem conquistados.”  
É certo que para os navegantes do século XV, algumas ferramentas eram indispensáveis para realizar o processo. Não há como entrar em “mares desconhecidos” sem uma bússola e uma referência para onde se quer ir, caso contrário não se chegará a lugar algum. Contudo, à medida que as novas terras eram desbravadas, novos mapas, novas estratégias e planejamentos eram realizados, tais iniciativas acabaram por trazer importantes legados para nossa civilização. Além da abertura para os novos continentes e formas de relacionamentos (comerciais e culturais), este trabalho auxiliou na reformulação e ampliação de muitos conceitos científicos que foram de imensa contribuição para a humanidade.  


Portanto, a meta com sentido é importante, porém o planejamento para chegar até ela é imprescindível. Contudo, para realizar este procedimento, é fundamental conhecer a estrutura e os processos dinâmicos que nela estão envolvidos. Por serem dinâmicos podem sofrer mudanças, em que exige a necessidade constante de revisões e reavaliações de planejamento. A manutenção satisfatória desta tarefa remete a participação e integração de todos que nele estão envolvidos, e mesmo que tal formação surja da comunhão de naturezas diferentes (visão de cada membro/departamento), é ideal que ela funcione como se fosse um único organismo. 
 
Para conquistar novos territórios, deve-se estar aberto para o novo e aprender a aceitar as diferenças, e talvez através da troca realizada deste encontro, uma nova e rica realidade possa surgir”.  

Ao desembarcar em novas terras, estes pioneiros encontraram pessoas que ali já estavam e que tinham um modo muito diferente de agir, pensar e se expressar. Assim sendo, não havia outro meio, os recém-chegados teriam que encontrar a forma de interação que fosse compreensível para todos. Desta forma, a disponibilidade e esforço em estabelecer a comunicação eram primordiais.  Tal iniciativa abriu espaço para emergência de novas culturas que nasceram da miscigenação, originando provavelmente, a riqueza e a diversidade do “Novo Mundo”. E apesar da violência gerada pela ganância, desejo de exploração e falta de princípios éticos por parte de camadas mais “influentes” da elite da época, tal abuso não foi suficiente para quebrar o legado que estes empreendedores e líderes deixaram para a humanidade. 


Estar aberto para interagir com o novo e diferente não é tarefa simples, porém quando isto ocorre, a possibilidade de crescimento e desenvolvimento é maior”.  

No cotidiano empresarial encontramos pessoas que chegam a nos incomodar por sua maneira diferente de ser, porém permitir-se a perceber e compreender esta nova linguagem pode nos auxiliar a ampliar a nossa percepção e desenvolver os nossos horizontes profissionais. 

Caro líder, quisemos com este texto, convidá-lo a navegar um pouco em sua trajetória, para que novas terras pudessem ser descobertas e alcançadas. Não é uma tarefa fácil, mas poderá ser uma caminhada empolgante e compensadora, se estiver disponível.  

Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Psicóloga e Membro da equipe do NDH

Referências:


Filme: 1492 - Conquest of Paradise Theme • Vangelis, publicado através do Canal Youtube  em 9 de set de 2013 por HD Filme tributes, em  https://youtu.be/94dY-QxjDiE

Texto: 1492 - Conquest of Paradise, Publicado pelo Portal Dia a dia da Educação, Secretaria da Educação do Paraná em http://www.cinema.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=868