"Todos os dragões da nossa vida
são talvez princesas que esperam ver-nos um dia belos e corajosos. Todas as
coisas aterradoras não são mais, talvez, do que coisas indefesas que esperam
que as socorramos. _Rainer Maria Rilke_" (1)
Ao ler este trecho descrito por Rilke em sua obra "Cartas a um jovem poeta", refleti sobre a forma que enfrentamos os nossos dragões internos.
Correlacione a metáfora aos desafios que tem aparecido em sua trajetória de vida e veja se tem enfrentado as suas feras ou vive fugindo delas?
Na minha experiência de vida pessoal e profissional, tenho observado que as
pessoas que não enfrentam os "monstros internos", certamente se depararão com eles em futuro próximo, pois tais criaturas irão atrás de seus donos e
como crianças mimadas, exigirão a atenção para algo que precisa ser cuidado.
Conhecido como o lado que não
queremos enxergar de nossa personalidade, ele exige de nós coragem para que
enfrentemos o que nos gera medo, como por exemplo, as nossas incertezas, a
nossa ignorância e a próprio medo de que estas variáveis sejam flagradas para o mundo
externo. São presenças incômodas por desvendarem a nossa fragilidade e que de acordo com determinadas crenças, nem sempre funcionais, podem sufocar
bases reais de essência e potencial.
Sendo assim, a falta de coragem de
enfrentar o monstro, também não permite o encontro com os próprios heróis ou
gurus internos, que também fazem parte da psique do Homem. E o que é mais
triste. O que isto gera? A probabilidade de limitação da própria existência em
prisões que também se alojam dentro da própria alma.
O medo faz parte da natureza humana e ele tem a sua
serventia quando mobiliza a cautela no Ser Humano. Entretanto, a sua
manifestação exacerbada poder ser prejudicial, em que o indivíduo corre o risco
de se entregar à estagnação, a acomodação, condenando-se ao ciclo de constante
insegurança, falta de liberdade e grande
probabilidade de insatisfação e sofrimento.
Geralmente, algumas
destas pessoas entregam a chave de suas próprias prisões a terceiros, em
que delegam a responsabilidade dos próprios infortúnios, culpando o outro ou
cenário em que vivem pela sua “triste” condição.
Contudo, não se iluda, pois este confronto não poderá
ser evitado. Em prol de um “VERDADEIRO CRESCIMENTO”, seu monstro irá atrás de
você, até que aceite este contato e
escute o pedido que ele tende lhe fazer. Caso contrário, continuará lhe
perseguindo, até que aceite o desafio de
crescer e amadurecer.
Veja na sua história de vida e/ou de
outras pessoas, se não há situações difíceis que parecem se repetir? Será que
tais provas não são convites para o aprendizado e para a possibilidade de
tornarem-se mais amadurecidos, experientes e quem sabe , mais sábios?
Estas ocorrências que são expressas
em situações dolorosas, como doenças, insatisfação, inseguranças, tédio,
aparentes fracassos parecem nos colocar em condições desconcertantes para que
procuremos saídas e novas condutas. Se
há uma relutância em assumir o desafio, a intensidade do chamado será maior,
até que realmente possa ser atendido.
Reflita! Se este chamado, já não ocorreu para você? Há
situações que se apresentam constantemente, convidando-o a ter uma nova postura
e ampliação de conhecimento, experiência e percepção? E você costuma fugir por
ter medo de tentar, assumir responsabilidades ou se expor? Estas situações de recuo, que aparentemente
são confortáveis, não o remete à situação de estagnação? E às vezes degradação?
Será que as dores ou oportunidades de crescimento de
nossas vidas não são as princesas que estão revestidas de dragão, para que
possamos ter o mérito de resgatá-las rumo ao verdadeiro crescimento?
Pense Nisto! E se estiver com dificuldade em enfrentar este processo, não hesite em procurar suporte para superar o que possa estar dificultando o seu crescimento.
Shirleine Ap. Larubia Gimenes
Psicóloga do NDH
CRP 06/40017
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